Veio e se foi, passou e levou de mim as lembranças, deixando
as mesmas largadas em uma prateleira de casa.
Odeio escrever-te de longe, mas nem mesmo consigo odia-lo,
tão pouco consigo ama-lo, mas queria ter-te perto ou talvez nem tão perto, só
queria poder olhar-te ao longe, mais uma vez fechando a porta cheio de raiva e
rancor, reclamando de minhas armaduras e inseguranças, e eu atrás pensando o
quanto a vida é idiota ao colocar-me em situações como aquela, sem perceber que
eu mesma as criava.
És agora simplesmente o outro, que passou me fez feliz e se foi
como uma brisa de verão que traz o frescor temporário para logo em seguida
deixar o calor infernal nos arruinar. E como o calor e o verão, tudo logo
passará e será esquecido.
Não mais te vejo, nossos lugares antigos ainda guardam a
presença de nós dois, não como um casal apaixonado, mas como dois amigos que
compreendiam que um dia o tempo ou as diferenças os afastaria, as nossas
risadas ainda ecoavam naquela mesa de bar que visitamos um dia, mas aquilo tudo
era efêmero, bem como nós dois.
Aonde estás? Não sei, e sinceramente não é uma coisa que
desperte o meu interesse, podes ter ido
ao cinema, voltado a casa de seus pais, estar com sua ex ou apenas engordando
no sofá da sua sala. A única coisa que sei é que te verei na sexta.