Cabelos ao vento, pés descalços, livros a mão, essa era Ana,
uma garota extremamente apaixonada pela vida, ela crescera e vivera na poesia,
uma menina-mulher com sonhos soltos e olhos libertos.
A poesia dançava em sua alma e as palavras brincavam em seu
lápis, sim ela era como um pássaro em pleno vôo buscando a intensa beleza
avermelhada de um céu em fim de tarde.
Mas o que Ana realmente admirava era a beleza salina do mar,
que assim meio sem querer brincava de acontecer em todos os lugares que ela ia,
por mais que surgissem problemas em sua recém mudada vida todas as vezes que
Ana sentia o beijo das ondas no seu pé era como se um mundo novo se abrisse e a
fizesse sorrir de modo meigo e inocente como só alguém amado consegue!
Ah! O mar! Ele era o verdadeiro amor de sua vida e ela
sentia que ele a amava igualmente, pois deixava que ela sentisse a calmaria
agitada que ele possuía e sempre que ela por ele passava lhe entregava as
conchas mais belas!
Sentar-se a beira da praia era como admirar a dança de uma
pessoa leve e solta que flutua por entre um castelo construído de água e sal
intensamente belo e azul.
Ali diante do mar Ana sem querer declarava todo seu amor não
só a aquela parte do mundo, mas a si mesma, onde podia sem medo amar e ser
amada, sem medo ou pudor, sem se importar em mostrar seus defeitos, pois o mar
era um lugar de liberdade, e ele entenderia todo e qualquer ser que a ele
recorresse.