quarta-feira, 22 de maio de 2013

Ana e o Mar



Dedicado a todos que, como Ana, vivem para amar o mar.
Cabelos ao vento, pés descalços, livros a mão, essa era Ana, uma garota extremamente apaixonada pela vida, ela crescera e vivera na poesia, uma menina-mulher com sonhos soltos e olhos libertos.
A poesia dançava em sua alma e as palavras brincavam em seu lápis, sim ela era como um pássaro em pleno vôo buscando a intensa beleza avermelhada de um céu em fim de tarde.
Mas o que Ana realmente admirava era a beleza salina do mar, que assim meio sem querer brincava de acontecer em todos os lugares que ela ia, por mais que surgissem problemas em sua recém mudada vida todas as vezes que Ana sentia o beijo das ondas no seu pé era como se um mundo novo se abrisse e a fizesse sorrir de modo meigo e inocente como só alguém amado consegue!
Ah! O mar! Ele era o verdadeiro amor de sua vida e ela sentia que ele a amava igualmente, pois deixava que ela sentisse a calmaria agitada que ele possuía e sempre que ela por ele passava lhe entregava as conchas mais belas!
Sentar-se a beira da praia era como admirar a dança de uma pessoa leve e solta que flutua por entre um castelo construído de água e sal intensamente belo e azul.
Ali diante do mar Ana sem querer declarava todo seu amor não só a aquela parte do mundo, mas a si mesma, onde podia sem medo amar e ser amada, sem medo ou pudor, sem se importar em mostrar seus defeitos, pois o mar era um lugar de liberdade, e ele entenderia todo e qualquer ser que a ele recorresse.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Doce e triste.



A imagem daquela menina me fascinou, lagrimas rolavam de seus olhos, eu não sabia por que, nem queria. Ver aqueles olhos negros, brilhantes e chorosos era como vislumbrar um céu estrelado em uma noite escura, me perdi na imensidão daquele olhar que era puro e inocente.
Sua tristeza era bela, apesar de tudo, era uma tristeza encantadora e poética como um dia de chuva. Enquanto eu a olhava o mundo passava, mas só aquele olhar importava.
Ali parada sentada em frente a minha casa, ela me encantava e me entristecia ao mesmo tempo, como um ser podia ser tão triste e belo? Por que aquilo conseguia prender-me tanto?
Minha vontade foi de segura-la nos braços e fazer com que despejasse tudo o que sentia em mim, porque o que era dela vinha da alma e apesar de ser triste enriquecia os sentimentos.
Sinto que jamais poderei ver sentimentos tão sinceros e arrebatadores como vi aquele momento, afinal ela me fez compreender como realmente os olhos podem ser a janela da alma!

domingo, 12 de maio de 2013

Se houvesse musica



Tudo era silencio, sem risos ou choro, aquele silencio torturava e ensurdecia, tudo seria diferente se eles tivessem sua própria trilha sonora.
Se houvesse musica na época do colégio eles nunca teriam discutido gerando a boba polemica sobre quem faria o melhor discurso na formatura, se houvesse musica aquilo tudo seria menos entediante, eles usariam uma letra da cássia Eller ou do Renato russo para dizer para a turma tudo que eles sentiam, e não seria nada superficial.
Se eles tivessem prestado atenção na trilha do primeiro beijo, eles não esqueceriam um do outro, porque aquela canção, por mais trágica que fosse, marcaria aquele momento e acima de tudo marcaria eles dois.
Se eles tivessem colocado uma musica pra tocar naquele momento em que estavam sozinhos eles teriam se entregado por completo, pois a canção tem o poder de desarmar as pessoas.
Se eles pelo menos escolhessem uma musica que representasse os dois, talvez tudo tivesse sido diferente.
Se houvesse uma musica, ela tocaria no dia do casamento dos dois, eles ririam ao som melodioso daquela baladinha ou trocariam olhares carinhosos ao som de uma canção sobre separação que não tinha nada haver com eles.
Eles mostrariam aos seus amigos, filhos e netos, ficariam gravados toda vez que aquela musica tocasse por mais que desconhecidos a escutassem.
Se houvesse uma musica iria ser muito mais divertido ver o vestido florido dela voar contra o vento, e o olhar apaixonado dele seria muito mais poético.
Mas não havia uma canção, não havia a eternidade, só havia o silencio.
E o silencio fez com que todos se esquecessem deles, e ate mesmo eles se esqueceram de si, porque não havia uma doce canção para lembrar um ao outro da existência daquele longínquo romance.


quarta-feira, 1 de maio de 2013

O que ela queria



Manhãs e tardes fatídicas, sim era essa sua vida, inteiramente tediosa...
Ela queria algo a que se prender, se aventurar ou até mesmo se preocupar, queria alguém, que como ela, não se preocupasse com o futuro ou com rótulos em relacionamentos, queria apenas viver!
Alguém pra mergulhar no mar da vida, que adorasse o jeito do seu cabelo despenteado e que não ligasse pro fato dela sempre por vestidos pretos, ou que simplesmente risse dela como ela adorava rir de si mesma... Alguem que a completasse, não queria alguém pra ser dependente ou para se apaixonar, só queria ter alguém para se deitar junto e ver o tempo passar, alguém que como ela, adorasse a vida errada que levava!