quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Teu Blues

Ai esse teu blues, estas tuas canções tristonhas e animadas de amor, impossível não querer-te assim com teu cigarro fumado para esquece-la, com teu carinho comedido e com tuas ladainhas intermináveis, ai esse teu blues me acomete a cada passo, combinando com meus metais e com minha dança.
A cada rodada no salão te via, na mesa com olhar taciturno e um copo sempre à mão, de fundo aquela música na voz de Sinatra me encantando, assim como teus olhos negros e teu lábio incrivelmente atraente.
Você, assim como teu blues me assombram em casa constantemente, com a meia luz e a voz de Sam Collins a ressoar ao meu ouvido, teu toque cravado em cada som, tua voz em cada acorde.
Ah esse teu blues ainda me acaba, esse teu blues, baby, ainda me fara te amar, mesmo que seja só enquanto Jim Jackson nos demonstra o quão importante é cada palavra cantada.
Esse blues ainda nos acometerá em uma noite qualquer, enquanto eu lavo a louça de todas aquelas refeições, ele ficará gravado em cada poro, pois teu blues, meu bem, é eterno, assim como tú, e cada palavra que dizes, enquanto eu meu caro, eu apenas te eternizo em todos os blues tocados em vozes poderosas e composições sofridas de amor!

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Razão do querer



Apesar de tudo ainda moras em mim, eu quis te expulsar todos os dias, mas tudo aqui ainda te guarda, todos os meus livros, minhas músicas, minhas noites, meus sorrisos, tudo ainda é teu, tudo que quis te dar, tudo que te pertenceu.
Ainda te quero pois estás longe, te quero pois contigo foram só sorrisos, sem problemas, apenas danças, sem descompasso, nunca perdemos o ritmo,pois nunca tivemos o que improvisar uns passos pelo salão, apenas os ensaiados, o clichê de apaixonados.
A ti foram só sorrisos, meus prantos e chatices diárias dediquei aos amores, as paixões só as alegrias bastam, pois é nela que se conhecem, se identificam, são eternos, e nela ficamos como duas pessoas que se aventuram diariamente, que se conquistam mutuamente, sem se conhecer por completo, sem saber dos problemas, das mágoas e dos corações partidos, a ti meu bem só o meu melhor lado, a ti só as músicas engraçadas e piegas cantadas por cantores há muito esquecidos das pessoas, a ti meus poemas, meu lado criativo e positivo, isso cultiva nossa paixão, a isso se deve nossa saudade, a tudo isso se deve meu querer, ao pranto velado em toda sua partida, ao vazio deixado, a nossa falta de brigas, ao nosso gosto parecido, ao fato de evitarmos o ruído.
Nossas razões de afeição, são simples, permanentes, pois apesar de sermos um só lado, somos o nosso melhor, somos tudo que as pessoas queriam, somos os perfeitos noivos as vésperas de um casamento prospero e feliz, talvez o dia seguinte nunca chegue, e nós sigamos aproveitando a noite entre cartas, beijos roubados, risos de pura felicidade e divertimento, noites entre abraços aconchegantes, sem pensar na tua ou na minha ida, sem querer o suspiro da saudade rotineira, sem querer o peso do véu ou os segredos da grinalda, afinal meu bem, o que nos junta é saudade, e com o dia a dia ela sumiria, e creio que assim não seriamos tão felizes, creio que assim não seriamos mas riso e desejo, talvez pranto, talvez rotina, a única certeza é que dessa maneira eu não mais seria a tua menina.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

sou




Um dia ocioso nos faz refletir, e esgotadas as reflexões me pego pensando em coisas primordiais, as quais deveriam ser respondidas em um segundo mas que levam uma tarde toda para uma conclusão ainda pouco convincente, me peguei pensando em quem eu sou, refleti sobre minhas mudanças e conclui que sou o que ouço, o que gosto, o que sinto e admiro.
Sou meu clima favorito, sou meu cantor predileto, a comida que prefiro, o livro que leio, as pessoas que eu admiro, sou lugares, pessoas, canções. Sou acima de tudo, um todo construído por mim.
Sou mar, fim de tarde, vontade. Sou gato e pelos, sou sofá e cabelos, escuro e risos, dias frios e lençois quentes, sou solidão, sou afeto, sou as letras de Erasmo e Roberto.
Sou Eddie Vedder, sou bossa nova e Rita Lee, sou guitarra e piano, sou chuva e chocolate, sou abraço, sou boca, sorriso e olhos, Sou saudade (mesmo do que está próximo), sou mundo e aconchego, sou viagem, sou bar e cerveja, amigos e conversas, sou besteira, sou mais doce, sou menos rua, sou mais leitura.
Sou noite, sou lua, sou velho e novo e as vezes um pouco chato, sou ser, querer, viver, sou também TV, sou beijo, sou mudança e inconstacia, sou musica de dias de chuva e hino de dias infelizes, sou o sorriso de segunda de manhã e o tédio dos domingos a noite, sou criança, algumas vezes mulher, e outras tantas senhora, sou regata, vestido e chinelo, e por fim sou tudo que desejo, sou tudo o que quero.
Agora apenas me digam: quem são vocês?


segunda-feira, 14 de abril de 2014

segunda-feira


Da felicidade momentânea que me invadiu, eu te pergunto meu bem, o que seria de mim se eu não fosse feliz em algumas segundas do ano? Digo-te por pura experiência, querida,  que elas são tão lindas quanto as sextas e mais agradáveis que as terças. O que seria da minha vida, meu bem, seu não sorrisse um sorriso frouxo toda vez que ela me acenasse bem-de-leve com sua constância e rotina?
Ah! O ar preguiçoso, suave e levemente mau humorado que ela carrega, o que seria de nós meu bem, se não à aceitássemos como aceitam-se os dias frios e modorrentos?
Se eu não fosse sorridente e sonolenta nas manhãs de segunda a vida não seria a mesma, eu não acolheria minha rotina, não saberia ser feliz com a vida que levo, por isso meu amor, sorria as segundas aproveite o brilho perolado de um recomeço de rotina, elas foram feitas para reconstruir e reformar tudo que destruímos e desconcertamos antes, são o nosso recomeço, feitas para remediar nosso desconcerto, por isso meu bem sorria para as segundas, pois nem tudo nela é intragavelmente amargo, ela pode ser bem doce e proveitosa, basta que você a acolha, como ela acolhe nosso mal humor rotineiro.

Sorria as segundas minha querida! Ela pode ser tão linda quanto as sextas, e bem mais agradável que as terças.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Sobre o seu abraço


13 anos, 13 anos tinham se passado desde a ultima vez que ela chorou na frente de alguém, só tinha 7 anos de idade, mas decidiu que nunca mais o faria. Certas coisas não podem ser explicadas e essa decisão era uma delas. 13 anos até que algo a fez chorar na frente de alguém que ela jamais pensaria.
Logo ele que se mostrara um safado nato, ela nunca se enganara, mas jamais pensaria que logo ele tivesse um abraço tão acolhedor e palavras que a fizessem transbordar sentimentos guardados, sentimentos que culminaram em lagrimas, elas que foram evitadas e escondidas, que foram até mesmo repugnadas, estavam naquele momento expostas na frente de alguém que o tempo fizera ela confiar. Naquele momento ela sabia que aquilo era necessário, tinha sido um dia desagradável até ali, mas algumas palavras e a exposição a fizeram ter um sentimento de alivio, como se um nó se desatasse e tudo se tornasse mais tranqüilo.

Aquele abraço, diferente dos outros, não havia um quê de pena e consolo vindos pra secar as lagrimas, mas para deixar que elas caíssem e esvaziassem uma cabeça cheia de duvidas e enganos, pra mostrar que apesar de tudo aquele não era o pior momento e que a vida tinha muito mais a mostrar, tudo clichê, porem valido, ela poderia até não viver mais momentos como aquele, podia até não se manter próximo a ele, mas sabia que um dia lembraria das suas palavras e seguiria em frente como se tudo e nada tivessem acontecido, e ele jamais seria esquecido.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Quase tua


“você não é o tipo de garota que se namora, e sim do tipo que se vive e nunca mais se esquece”. Foi a ultima frase que ouvi com teu sotaque arrastado numa ligação entrecortada feita de uma cidadezinha qualquer e foi em resposta a uma frase que eu insisto em repetir a todos os caras que insistem em namorar a ideia de me ter “eu não sou o tipo de garota que te amaria”, e não, eu não te amaria e muito menos te namoraria, não pelo fato de você não ser interessante, mas simplesmente por que eu não namoraria ninguém, não agora, não depois de tudo.
Apesar da felicidade que me deste, apesar de você ter sido o cara com quem eu “casei”, apesar de você ter inspirado meus primeiros poemas, apesar dos pesares eu não te amei, como você mesmo disse eu te vivi, te reinventei, te desenhei a meu gosto, e o mesmo foi feito por ti, e meu caro isso foi bem mais interessante que te amar, bem mais. Te viver foi inesquecível, assim como tirar sua barba e você cortar meus cabelos, símbolos de um termino, mas não menos tocantes e felizes que os presentes feitos com linhas coloridas no sofá da sala, símbolos de um começo.
A ti entreguei sorrisos, mas nunca lagrimas, nem na despedida, afinal há sempre em nós um ar de eterna visita, uma insistência em ficar pra tomar mais um café ou passar a tarde mofando em um lugar desconhecido, ah meu eterno viajante, tua falta já não me agride, teus sorrisos são sempre mais guardados que tuas palavras de despedidas, afinal ao menos lembro se disseste até a volta ou nos encontramos por ai, não sei o horário em que me deixaste e disseste pra cuidar da tua irmã que é mais velha do que eu, a única coisa que lembro desse dia era teu ar de irritabilidade e tua queixa de que odiava minha maturidade prematura, uma das tuas doces ilusões, tua insistência em deixar tudo pra trás e viver uma aventura, me neguei a isso tudo, se aceitasse você passaria de prazer a obrigação em minha vida, a única coisa que lembro nitidamente foi tua frase dizendo que ao menos uma vez querias que eu me entregasse totalmente, e te pertencesse, nem que fosse por um instante, se ao menos soubesses que durante dias eu fui quase tua.


domingo, 5 de janeiro de 2014

Peculiaridades


Eu, particularmente, acho incrível a visão de alguns homens sobre as mulheres, não sei se para impressionar, ou por mero devaneio natural há garotos, meninos, homens que as descrevem com se fossem verdadeiras Afrodites, que as querem como se fossem as ultimas de seu gênero, que as desejam por simples desejo sem mais querer ou cobrar.
Talvez aquelas não se tornem a “mulher da sua vida”, mas o jeito como descrevem suas peculiaridades impressiona, às vezes apaixona, eu quanto mulher devo confessar-lhes que me atraio particularmente por homens que viram em outras mulheres coisas pequenas a admirar, como um olhar, um jeito de mexer o cabelo ou simplesmente pelo jeito com que ela passa a mão pelo rosto sempre que está preocupada, esses sim fazem mulheres seres verdadeiras mulheres.
Esses homens por mais que não sejam o “amor de suas vidas” serão sempre lembrados, quando por um simples acaso ela se olhar no espelho e ver sua barriga (que por mais que não seja chapada ou perfeita) foi admirada por alguém um dia, vai olhar seus cabelos e lembrar que um simples toque naqueles cachos malfeitos já foram desejados por uma pessoa.

Em suma há homens dignos de serem descritos como verdadeiros príncipes, por mais que não o sejam (assim como nós não somos princesas), pelo simples fato de olhar uma mulher e conseguir ver algo simples em belo no meio de todo um mundo de batons, cabelos longos e coisas artificiais.